120 gramas por hora?
120g/h de hidratos de carbono (HCO)? É muito? Para quem? Certamente não é para todos. É uma estratégia singular, recente e com maior aplicabilidade a atletas profissionais, que estão expostos a outros fatores e, acima de tudo, que treinam esta abordagem especificamente.
Para um atleta amador, e dependendo do contexto específico da sua modalidade e dos seus objetivos, podemos atingir valores de até 90g/h de HCO. No entanto, além da necessidade de treinar esta estratégia para avaliar a tolerância a estas dosagens elevadas, também é essencial determinar quais as marcas e tipos de elementos (géis, barras, gomas e/ou bebidas) que melhor se adaptam a cada indivíduo, visto que a questão do paladar também desempenha um papel importante na tolerância destas quantidades. Acima de tudo, é necessário permitir que o nosso intestino se habitue a estas quantidades e métodos de ingestão (se líquida, na forma de gel ou sólida).
Estas estratégias são treinadas da mesma forma que treinamos as nossas habilidades físicas: é a evolução do treino.
Mas atenção. Implementar estas estratégias requer conhecimento e adaptação a cada contexto, avaliando um conjunto de fatores, tais como:
- Objetivo específico – seja um treino intenso, competição ou desafio não competitivo;
- O tipo de terreno do objetivo;
- A duração do evento;
- A temperatura e o teor de humidade relativa esperada no local;
- O período do dia em que ocorre o objetivo;
- A fase em que se encontra o atleta na sua condição física;
- A taxa de sudorese do atleta (em termos quantitativos);
- E obviamente, a estratégia decidida pelo atleta para o objetivo;
- Patologias ou condições de saúde que o atleta possa ter e que o condicionem em determinados elementos (como hipertensão, diabetes, intolerâncias alimentares, etc.)
- Considerar ainda as estratégias possíveis de implementar antes do objetivo, como "carb-loading" e/ou “pré-carregamento” de sódio.
Estas são algumas das importantes questões a considerar. Devemos otimizar a nossa nutrição a todo o momento: antes, durante e após o esforço físico.
Depois de ter tudo isto em consideração, muitas vezes, a planificação das quantidades de HCO, sais e até cafeína a ingerir durante um evento deve ser ajustada/projetada de acordo com as diferentes fases do percurso ou das condições da corrida esperadas e conforme a estratégia definida. Ou seja, em determinadas alturas pode ser mais apropriado ingerir 60g/h e em outras fases da corrida passar para 75g/h, por exemplo.
Bons treinos e com bom combustível ?
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